Está dando o que falar, ao menos nas redes sociais nas quais eu interajo, o mico que o Carrefour passou na final do Master Chef. Isso porque, um dos competidores teve sua vitória colocada em risco por culpa de um coco estragado. A produção do programa atribuiu à culpa a participante, que também assumiu a responsabilidade, mas será que o público entendeu a mensagem?
Bom, se isso irá causar danos a marca, eu acho que não. É algo que passa, e talvez muitos telespectadores podem não ter feito a relação com a marca devido a tensão do programa, e porque muitos acabam por esquecer ou não dar muito valor ao ocorrido, porém, esse caso é emblemático para que as empresas tenham que pensar com mais atenção em tais estratégias. Mas, que virou motivo de piadinhas nas redes sociais, isso virou.
Digo que precisam prestar mais atenção porque, com o aumento da concorrência e pelo fato dos consumidores estarem se fechando às abordagens tradicionais, cresce cada vez mais o uso do Product Placement ou simplesmente Placement nas possibilidades de comunicação das marcas. Como os consumidores estão cada vez mais fugindo dos famosos comercias de 30 segundos, como o ato de mudar de canal na hora do intervalo, usar serviços de streaming ou simplesmente verificar as suas redes sociais nos intervalos de seus programas, essas estratégias são muito úteis, visto que as marcas aparecem dentro dos programas televisivos, quebrando os bloqueios por parte dos consumidores que não podem mudar de canal para não ver a marca, estabelece uma relação entre a marca e o programa apresentado, e pode, em algumas situações, dar mais veracidade a história, seja da marca ou do programa. E, se tiver um storytelling como base, melhor ainda.
Porém, com todas essas vantagens, cuidados devem ser tomados para evitar as famosas “saias justas” com programas ao vivo, como por exemplo:
Tenha certeza que o seu produto possuí a qualidade que é propagada, e que não ocorrerá nenhum problema com a sua utilização ao vivo. Na dúvida, não invista. Lembro sempre do caso da Super Bronder, em uma das edições do Big Brother que pendurou de ponta cabeça os participantes para uma de suas provas. Apenas algumas gotas foram suficientes para, literalmente, grudar os sapatos dos participantes enquanto eram balançados em um pendulo para cumprir uma prova. Isso é confiar na qualidade do produto e ter certeza de seus benefícios no uso do produto.
Cuidado com o tipo da exposição. Você como gestor da marca, não invista por investir – não seja “maria vai com as outras”, se o meu concorrente investiu, eu também vou investir. Seja autêntico com a sua marca e com os seus ideias e propósito de marca. Verifique se o programa ou a prova – como está muito comum em Reality Shows, não vai gerar algum inconveniente nos participantes, como o caso de uma edição do Big Brother no qual os Brothers eram obrigados a consumir quantidades excessivas do guaraná Antártica para ganhar, ou não ser desclassificado em uma prova. Dá para imaginar a cara de felicidade dos concorrentes quando tinham que tomar quantidades excessivas do refrigerante, não é mesmo?
Sua marca deve ser e parecer discretamente na cena. Se os envolvidos tiverem que a todo momento falar da marca, a estratégia não funciona. Hollywood é especialista nisso. As marcas aparecem nos programas ou filmes como coadjuvantes e para dar mais veracidade a uma cena, como a famosa bola Wilson em o Náufrago, ou a moto Harley Davison em o Capitão América.
E por último, mas talvez o mais importante, sinergia. Deve existir uma relação intima entre o produto e personagem. O produto deve potencializar a imagem do participante e ao mesmo tempo mostrar os seus diferenciais.
Dessa forma, invista sempre em Product Placement, é uma ótima estratégia de Marketing, mas se o programa for ao vivo, tome todo o cuidado possível. Na dúvida, não arrisque. Você não vai querer que o seu produto vire motivo de piada nas redes sociais, não é mesmo? Na dúvida entre aparecer por aparecer, é melhor não aparecer…