Semana passada em um programa de rádio ouvi um comentário que me chamou atenção: o único lugar na face da terra em que o mundo digital é mais lento que o analógico é nas transmissões televisivas. Se você possui TV à cabo já deve reconhecer esta história – domingo, quando o Luiz Fabiano deu o primeiro chapéu no zagueiro de Costa do Marfim, já se podia ouvir seus vizinhos comemorando o gol. Frustrante, não é mesmo? Isso ocorre, segundo especialistas, devido ao fato das imagens digitais percorrerem um estágio a mais antes de chegar a sua residência para que possam melhorar a sua qualidade. Sabendo disso, e para evitar frustrações, vou assistir a final da Libertadores da América deste ano em minha cozinha, na boa e velha TV analógica.
Realmente a frase do entrevistado no programa de rádio é verdadeira, já que, com todas as tecnologias disponíveis as transformações no mercado ocorrem com uma velocidade impressionante. E, nesse cenário mercadológico, os profissionais de propaganda e marketing estão cada dia mais preocupados em como se relacionarem de uma maneira mais harmônica, com a infinidade de formatos existentes. Há pouco tempo atrás, existia uma quantidade muito menor no mix de comunicação; hoje já perdemos a conta. Mas não fique tão preocupado, pois os, se assim podemos dizer, antigos conceitos, estão cada dia mais fortalecidos. Ou seja, apesar de toda a profusão e velocidade das novas mídias, a essência é a mesma. Portanto, não jogue os seus livros de marketing fora (o Desmistificando o Marketing, então, JAMAIS!!!) pois eles estão mais atuais que nunca.
Neste cenário, você já reparou que toda empresa que procura um especialista para aconselhá-la em relação às formas de comunicação com o seu público alvo quer (ou exige) uma estratégia de marketing digital? Apenas esquecem, de antes de escolher as estratégias de mídia, algumas perguntas iniciais: Será que é isso que o meu consumidor esta interessado? Ele deu a permissão para usar estes formatos de comunicação? Pense bem, no mundo digital conhecer o consumidor de forma adequada e pedir permissão, é tudo. No atual contexto mercadológico é muito fácil falar com uma gama enorme de pessoas, mas será que é isso que eles realmente desejam? Será que a sua organização conhece profundamente os seus consumidores para usar estas tecnologias para falar com eles?
E como chegar a esse conhecimento aprofundado do consumidor e a tão sonhada permissão? Elementar meu caro Watson: mantendo uma filosofia de Marketing de Relacionamento. É usar todas as formas existentes pensando em marketing e aproveitar as novas tecnologias para manter um relacionamento íntimo e duradouro com os seus consumidores.
Algumas empresas antenadas a esta revolução tecnológica já começam a usar estratégias de marketing digital para, com a permissão dos consumidores, manter um relacionamento mais direto e duradouro com eles.
A Chanel criou um 2008 um aplicativo para Smartphones que apresenta vídeos de seus desfiles de moda e, caso exista interesse do consumidor, é traçado uma rota indicando qual o seu ponto de venda mais próximo. Notaram? Quem baixa o aplicativo é o consumidor. Desta forma ele esta permitindo que a empresa use sua estratégia de marketing para oferecer um produto ou serviço. E o mais interessante desta história, a Chanel pode alimentar o seu banco de dados com valiosas informações á respeito do perfil dos consumidores – Isto é Marketing de Relacionamento. Isto é o fortalecimento dos conceitos de marketing graças às novas tecnologias.
Nem os nossos cãezinhos se livraram das estratégias de marketing – mas não deixem o Thor saber disso – A Pedigree, nos EUA, criou um aplicativo que você pode gravar o latido do totó em seu celular e basta chacoalhá-lo para reproduzir o som. Já a Purina lançou um localizador de hotéis, pet shops, veterinário e abrigo. Isso é… permissão e relacionamento.
A Starbucks criou um cartão de fidelidade com o uso do celular, sem dizer do já famoso localizador de lojas e o uso do Twitter para obter e ouvir as críticas e sugestões de seus consumidores. A Kraft Foods oferece vídeos de receitas. Algumas vão mais além, fazendo com que os consumidores se tornem os verdadeiros criadores de produtos, como a enciclopédia digital Wikipédia onde são os visitantes que criam o conteúdo; a Microsoft colocou no ar uma versão de testes do Windows 7, para que fanáticos pudessem experimentar o produtos antes de entrar no mercado; a P&G criou um concurso para que os seus consumidores criassem a nova campanha do Doritos – a propaganda vitoriosa foi veiculada no intervalo do Super Bowl(final do campeonato norte-americano de futebol) , e entre outras estratégias de cocriação de produtos ou serviços.
É, o mundo digital esta cada vez mais rápido. Estamos presenciando uma revolução impressionante. Serve para fortalecer os conceitos que já foram criados há muito e muito tempo, não é mesmo? Note que as ferramentas mudam, mas a essência – foco no consumidor – cada vez mais se solidifica. Todos os formatos são apenas métodos mais adequadas de se adaptar aos novos anseios dos consumidores – puro marketing.
É assim, o mundo muda e o futebol… continua o mesmo : a seleção brasileira caminhando para a final e eu na frente de minha televisãozinha na cozinha.
legal o post!
Muito bom o blog! gostei!
Olá Sérgio, boa sacada, e eu com minha TV LCD assistindo a copa e derrepente um grito na rua de gol segundos depois eu vejo na minha TV, chegou uma hora que perdia a graça por que já sabiamos pelo grito da multidão na rua.
Acho que ainda temos que evoluir em questão de tecnologia adequada. ( sem delay)
Agora jogar o livro fora NUNCA rsrs principalmente o desmitificando o marketing.
Abraços.