As noites de insônia de um mercadólogo

Análise de dados, internet das coisas, mapeamento do consumidor, marketing de conteúdo, storytelling, viral, entre outras ferramentas que surgem a todo momento para as empresas se relacionarem com o seu mercado. De forma simplificada, pode-se entender como todas as formas de relacionamento com os consumidores que surgem, e que as organizações “correm atrás do rabo” para poder se manter atualizadas, tanto para com os seus consumidores, como superior aos concorrentes.

Qual dessas estratégias é a melhor? Usar os meios digitais para entender como os consumidores literalmente deixam os seus “rastros”, e compreender o seu padrão de pesquisa, compartilhamento e consumo? Usar a internet das coisas para saber como esse consumidor se relaciona com os produtos, para poder assim, antever as suas necessidades e criar um banco de dados mais completo, com informações fornecidas de forma natural pelos próprios clientes? Criar dispositivos altamente digitais, que dispensa a necessidade de uma interação humana, como a loja teste desenvolvida pela Amazon que não necessita de um vendedor? Criar eventos em torno de sua marca, desde conteúdo indiretamente relacionado ao consumidor, ou aquele ligado ao seu produto para aumentar o trafego de informação em suas plataformas digitais? Criar ações inovadoras e criativas que façam com que os consumidores a compartilhem com um número maior de pessoas? Contar uma história para envolver o seu consumidor? Isso sem dizer das novas tecnologias que surgem a cada dia que você deve estar atento, não é mesmo? Mas… qual a melhor? Qual devo usar?

Você como gestor de Marketing já se deparou, ou se depara (em suas inúmeras noites de insônia) com decisões como essa, não é mesmo? Diferente de outras épocas, nas quais as possibilidades de falar com os seus consumidores eram restritas, hoje temos uma avalanche de possibilidades para pensar… e para dividir a sua verba entre todas essas ações. Se você se enquadra nessa situação, não é o único. E também não é restrito a área de Marketing, isso ocorre com todos os profissionais atentos as mudanças em seu ramo de atuação. Mas… qual a saída?

Bom, primeiro, como já dissemos, saiba que você não é o único, isso faz parte de toda e qualquer profissão. Mas em termos de Marketing, o que fazer?

Logo de início você deve saber que o pensamento voltado para o Marketing deve ser um mantra a ser repetido todo dia, não apenas por você, mas por toda a sua companhia. Grave em uma placa, ou pendure na baia de sua posição no trabalho o seu mantra: “Minha missão como profissional de Marketing é satisfazer as necessidades e desejos de meus consumidores e, torná-los pessoas melhores”. Isso vai te ajudar a não perder o foco.

Saiba que não existe distinção entre o Marketing tradicional e o digital. Isso é perder tempo em divagações. Marketing é Marketing!!! Saiba que os preceitos estratégicos desenvolvidos há mais de 100 anos ainda continuam atuais. Todo o processo mercadológico, como segmentação de mercado, comportamento do consumidor, diferencial competitivo, posicionamento e Marketing mix, entre outros, ainda devem prevalecer em seu planejamento. O digital é apenas o “pano de fundo” de todo o processo. Se você estiver com essas bases bem estruturadas em sua cabeça, se conseguiu pensar de uma forma sistêmica, na qual cada uma dessas fases depende, e é interdependente da outra, já é um bom caminho.

Se esses preceitos estiverem bem fundamentados, você saberá qual ação deve ser tomada, qual das estratégias citadas acima deve ser usada, sabe porquê? Por que dessa forma você consegue, primeiro, na segmentação de mercado, e no entendimento do comportamento do consumidor, entender quem é o seu público alvo e assim compreender quais as mudanças estão afetando o comportamento dos seus consumidores, quais as mídias que o estão influenciando. Isso irá direcionar a forma de pensar com esse público e ajudar a delimitar as suas estratégias.

Entendendo esses consumidores, que você conseguirá apenas usando os preceitos do “Marketing tradicional” você conseguirá entender o que ele enxerga de valor em um relacionamento com a empresa, e assim, conseguirá saber se a vantagem competitiva de sua empresa (aquilo que a torna superior ao seu setor de atuação) possuí sinergia com o que os consumidores esperam. Se houver similaridade entre o que a empresa possuí de melhor, e o que os consumidores desejam, você terá a sua proposta de valor, depois é só estabelecer o seu posicionamento (a forma pela qual uma empresa se destaca na mente do consumidor).

Mas, você deve estar se preguntando, e todas as estratégias citadas no início? Bom, essas são as formas que você deve pensar para se relacionar com os seus consumidores. Porém, antes de sair por aí usando-as indistintamente, volte para o seu “Marketing tradicional”. Volte aos preceitos apresentados e verifique se determinada estratégia agrega valor aos seus consumidores. Use as novas tecnologias da informação para conhecer os seus consumidores (para entender o seu comportamento), aproveite as tecnologias digitais para abrir um canal de diálogo aberto com eles, compartilhe conteúdos que são de seu interesse (se houver interesse, caso não exista, não insista, não seja apenas uma empresa no mercado conhecida como “eu também…, eu também faço isso e aquilo), use essa experiência captada no momento de ouvir os consumidores para viralizá-las na rede.

Faça o seu planejamento antes de tudo. Um projeto de arquitetura mercadológica, com perguntas simples: Qual a razão de existência da minha empresa? Quem é o meu cliente? O que meu cliente enxerga de valor? Qual o propósito de minha empresa? Estas respostas o ajudarão a direcionar as suas estratégias.

Fácil? Mais ou menos. Tudo dependerá de como você inicia o seu planejamento. Lembre-se que por mais que exista muitas mudanças no mercado, o consumidor espera apenas uma coisa, uma empresa que venha a resolver um problema pontual que ele possui. E como identificar esse problema? Pensando em Marketing.

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